quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Minha virada de ano


Em plena insônia, as 3 da manhã, depois de ter tomado minha amada paroxetina a horas atrás e nada de sono. E eu queria tanto poder ligar pra ele pra dizer que to sem sono e preciso de alguém pra conversar, e dizer que eu fiquei esperando ansiosamente por ele, mesmo sabendo que ele não viria, só porque tinha dito que viria. E eu esperei, liguei e nada. Meu ano começou com um amor longe, uma vida perto e tudo em volta bagunçado. Quero de volta aquele abraço apertado, aquelas paradas na rua de trás, aqueles beijos intermináveis, aquele carro geladinho, aquela confusão e as brincadeiras e forçadas fora de hora que eu amava. Quero cheirar sua nuca e me encaixar ali e não sair nunca mais, porque aquele é o lugar mais confortável do mundo, de qualquer jeito. Queria que o que eu tinha dito não fosse verdade. Que nós não poderíamos nunca termos um ao outro por inteiro, nunca deitados juntos como se o mundo não existisse, por mais que isso seja verdade e por mais que nós não venhamos a procurar o mundo, ele vem nos procurar. Queria achar o lugar mais escondido do mundo e ficar pra sempre com você. Sem minha mãe, sua namorada, minha amiga e mais nada que estivesse entre a gente. Quantas pessoas não disseram o quanto você não vale e pra quantas eu já não te defendi? E o que eu ganhei com isso? Um monte de “eu te avisei” ou “sai dessa logo sua teimosa”? Eu amo você, mas o que eu faço agora com esse amor todo que me toma e me faz chorar a todo dia por estar longe de ti? Tentei te largar, deixar de lado, mas seu jeito, sua boca, seu colo, suas pernas, tudo me puxa a você e sugam o que me resta de sanidade. E depois disso o que me resta é o vazio que tudo de você me deixa. E eu me perco tanto nesse vazio inconsolado que eu só consigo falar em ti. Tudo é você. Minha vida é você. Percebi que na verdade minhas atitudes negam o que eu realmente quero e tento dizer a todos e a mim mesma o que não quero fazer, que é te deixar. Deixar-te é me deixar levar por um mar de tristeza e saudade que irão me engolir a qualquer momento. É duro mostrar tudo isso, a quem quer que seja, mesmo aos que não me conhecem, mas é a verdade. Tudo em mim diz que preciso te deixar, mas não consigo, tudo me prende a você. Como uma droga, um vício. Um vício do qual não quero sair, mais sim me drogar ainda mais com seus sentidos, com tudo. Internem-me, tratem, façam o que tiver de fazer. Você pode até sair da minha vida, mas as marcas e a dor da abstinência vão te trazer a minha memória e te fazer presente a cada momento. E até isso passar, vou me perder aos poucos, com muitos.

amandalabres#

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